16 de fevereiro de 2013

Dois pontos oferecidos

A equipa júnior empatou este sábado em casa com o Alta de Lisboa: 2-2. Num jogo fraco, muito jogado aos repelões e com dezenas de faltas, a equipa do PORTO SALVO começou ao ataque e marcou o 1-0 antes dos cinco minutos. A partir daí, os visitantes começaram a atacar e numa jogada de insistência, aproveitando uma deficiente marcação da defesa, conseguiram empatar. Na resposta, o PORTO SALVO voltou a adiantar-se, graças a um erro do guarda-redes adversário. Na 2ª parte, o Alta de Lisboa surgiu mais subido no campo, mas o PORTO SALVO foi controlando o jogo. Até que perto dos 20 minutos, uma falha da defesa do PORTO SALVO (para aliviar uma bola, um dos defesas acaba por cabecear para trás, levando a bola a bater no braço do colega) originou uma grande penalidade, que acabou por dar o resultado final. Uma partida em que a nossa equipa teve tudo para vencer (e ultrapassaria o adversário de hoje na tabela) mas que acaba por ser castigada devido a (mais) dois erros defensivos. Arbitragem fraquinha.

5 comentários:

Blessing disse...

Boas caríssimo, nunca tinha cá vindo comentar os seus textos e trabalhos sobre o Porto Salvo e nomeadamente sobre a equipa que o André, eu, o Ricardo e Bruno treinamos (ano passado juvenis e este ano juniores).
No entanto Edgar se me permite trata-lo com tal informalidade, quero colocar duas questões. A primeira é acerca do título do texto que é congruente com a forma como viu o jogo. Então o que o leva a afrimar que foram dois pontos oferecidos? É que o título não é justificado pelo texto, pelo menos não me parece, se eu estiver enganado corrige por favor.
A segunda questão é, o jogo foi fraco, segundo dizes mas podes elaborar? E explicar o porquê de ter sido fraco? Ou como poderia ser melhor?

Abraço e muito obrigado pelo constante acompanhar, quando tens possibilidade, e narrativas que tens feito das equipas, que me dizem respeito.

Edgar Nascimento disse...

Boa noite, Blessing. Obrigado pelo comentário. Como bem sabes (desculpa tratar por tu, mas sou muito informal nestas coisas e devemos ser de gerações muito próximas) tento ser o mais objectivo possível nas minhas análises aos jogos das nossas equipas. Em relação ao jogo de hoje, considerei (e considero) que foram 2 pontos oferecidos. A nossa equipa não foi inferior ao Alta de Lisboa e a forma como é feito o penalty que dá o empate é uma verdadeira oferta. Sobre o "jogo fraco", foi-o da parte das duas equipas. Pelo que tenho visto da equipa de juniores nesta época, é a jogar com a bola pelo chão que a equipa melhor produz. Infelizmente, o pelado nada ajuda a isso e hoje só quando se conseguiu meter a bola a rolar é que se criaram algumas oportunidades junto à baliza do AL. Além disso, o árbitro não ajudou, marcou tudo e mais alguma coisa e a qualidade técnica do AL também não era muito elevada. Continuo a achar que a nossa equipa é pouco matreira (a par do que aconteceu no ano passado)- qualquer jogador de outras equipas, mal sente o 'toque' na área, cai. Os nossos continuam a tentar chegar à bola. É bom, é um facto, mas por vezes é preciso ser-se matreiro para ganhar jogos.
Apesar de ser sócio e adepto do ACPS, tento ser o mais objectivo possível nas leituras que faço das exibições nas nossas equipas. Já elogiei a atitude da equipa, já critiquei quando achei que não deram o litro. De qualquer forma, ao contrário do que fazem outros 'adeptos' do clube, não me verão a atacar os treinadores ou a criticar as opções técnicas. Apoio as nossas equipas mas não deixo de ter um olhar crítico sobre o que produzem.
Abç para ti e para toda a equipa, técnica e jogadores
Edgar

Blessing disse...

Olá, novamente,
Vou dividir a resposta por partes:

Tu dizes:
"a forma como é feito o penalty que dá o empate é uma verdadeira oferta"

"Até que perto dos 20 minutos, uma falha da defesa do PORTO SALVO (para aliviar uma bola, um dos defesas acaba por cabecear para trás, levando a bola a bater no braço do colega) originou uma grande penalidade, que acabou por dar o resultado final."

Bom, pensava mesmo que estavas a considerar o primeiro golo, mas no segundo não há o que dizer... Os jogadores da defesa, no segundo golo fazem tudo o que devem fazer, como devem fazer e só por manifesto "azar" a bola acaba na nossa baliza (através da marcação do penalti). Em outros 99 lances desses, não haveria nada e seria apenas mais um lance controlado, porque a bola não iria bater na mão (se é que bateu!? porque não vi e ainda não perguntei ao Hugo) dele. O defesa central, correctamente ataca a bola e correctamente, todos os outros jogadores da defesa oferecem cobertura. Ou seja, se o lance fosse mal interpretado pelo nosso lateral direito, ele não estaria atrás do colega a oferecer cobertura e o penalti já não tinha acontecido. E aí, apesar de não ter sido golo, talvez não tivesses escrito isto e não terias visto o que te tento explicar. Não me parece portanto que esse lance tenha sido mal abordado, ou tenha tido algum erro defensivo, como classificas no texto. A percepção do certo e do errado...
Incrível o que um golo pode mudar hein!?

Tu: " Pelo que tenho visto da equipa de juniores nesta época, é a jogar com a bola pelo chão que a equipa melhor produz. Infelizmente, o pelado nada ajuda a isso e hoje só quando se conseguiu meter a bola a rolar é que se criaram algumas oportunidades junto à baliza do AL. "

Acho que as pessoas não têm real noção da dificuldade que é treinar e jogar nestas condições.
Os comuns mortais dizem que também jogaram em pelados, também jogaram naquele campo, também treinavam ali e etc etc etc.

Os jogadores do plantel dizem: "Pois, mas naquele tempo toda gente jogava em pelados ou pelo menos não havia uma maioria de relvados sintéticos e a adaptação que fazemos era igual para todos! Ou seja, não tinham todas as semanas de adaptar o trabalho ao tipo de piso e as dimensões do terreno. Nós, de semana a semana temos de passar a bola mais tensa, ou mais curta, ou ficar mais tempo com bola, ou soltar mais depressa, ou percorrer mais metros, ou reagir mais rápido quando o adversário tem bola, ou ficar mais em contenção porque os campos são maiores que o nosso."
Eu acrescento: Vejo todos os treinos/jogos, no Adriano Canas, a frustração dos jogadores por tentarem fazer as coisas da forma que lhes pedimos (Futebol apoiado, com segurança no passe e coberturas) pois o campo é nosso adversário nesse tipo de jogo. Estamos a falar de aprendizagem, de feedback e de regularidades. Para que um comportamento se torne regular, dentro de um grupo de trabalho, é necessário que se apreenda bem esse comportamento. E isso só acontece se os jogadores sentirem que com esse mesmo comportamento têm condições para ter sucesso. Você consegue imaginar o quão frustrante é, para o jogador, tentar jogar curto e no chão e depois por um ressalto (derivado da natureza do piso) a bola não sair nas melhores condições ou tentar receber a bola e pelos mesmos motivos não conseguir ficar com a bola, depois um "adversário" intercepta, mete longo e faz golo na nossa baliza? Isto é uma luta constante... Eles tentam fazer o que pedimos, falham (reforço negativo) e ainda para mais, alguém perto deles tem sucesso fazendo de outra forma, mesmo não sendo essa forma a mais correcta o que achas que eles apreendem/aprendem com isto? Os outros vêm uma vez por ano a Porto Salvo, nós vamos 13... E nos outro 13 em casa, temos novamente de adaptar porque na semana anterior foi outro campo, com outras condições...

Blessing disse...

Não é fácil para o jogador lidar com essa constante contradição que é o jogar conforme aquilo que lhes é pedido ou jogar de forma a que eles se sintam mais seguros. Daí isso não se tornar uma regularidade, daí as constantes mudanças nos jogos da equipa, daí o dever-se elogiar este jogo. Pois, para mim, estivemos francamente BEM!
Tendo em conta essas dificuldades considero um, grande, elogio aos jogadores dizer que a equipa produz melhor jogando pelo chão, de facto também acho o mesmo. Mas também acho que o jogo não foi fraco, fizemos um jogo muito bom, muito concentrados, cometemos 2 erros defensivos o jogo todo (um deu golo, o primeiro e outro não deu em nada) e ofensivamente criamos, pelo chão e pelo ar muitas oportunidades (como de costume) para marcar golos...

Tu: " Continuo a achar que a nossa equipa é pouco matreira (a par do que aconteceu no ano passado)- qualquer jogador de outras equipas, mal sente o 'toque' na área, cai. Os nossos continuam a tentar chegar à bola. É bom, é um facto, mas por vezes é preciso ser-se matreiro para ganhar jogos. "

As equipas são de facto, muito da imagem, das equipas técnicas que as lideram, e nós, temos uma imagem do jogo muito similar (em termos de valores e princípios) da que temos da vida. Estamos a lidar com jovens e passamos aquilo que sentimos e aquilo que somos a eles. E a questão é, até onde chegamos para ganhar? Nós não gostamos de ganhar jogos de qualquer forma. Ou melhor, não gostamos de ganhar jogos sentindo no final que não sabemos bem como o fizemos. Não gostamos de ganhar jogos com coisas que não tenham nada haver com FUTEBOL, como ser matreiro ao cair na área ou ir ao chão para perder tempo.

Os nossos jogadores da equipa de juniores este ano e da equipa de juvenis o ano passado, não ficam satisfeitos com o ganhar. Ficam satisfeitos se ganharem bem, a jogar bem, fazendo as coisas que treinam de forma justa e leal. Os jogadores desta equipa técnica ficam tão tristes quando ganham um jogo por aspectos extra-jogos como quando perdem injustamente ou empatam.

Um abraço Edgar. Achei que, desta vez, deveria fazer um comentário mais apetrechado ao teu artigo e espero que os jogadores e adeptos venham, cá e comentem muitas vezes;) Boa noite

Edgar Nascimento disse...

Mais uma vez, obrigado pelos comentários. Garanto-te que percebo perfeitamente o frustrante que é treinar e jogar no pelado, para mais quando todas as outras equipas têm relvados. E o desmotivante que deve ser para um jogador treinar nestas condições. No final do jogo com o Pêro Pinheiro, em que perdemos 1-5, aplaudi a nossa equipa e apenas berrei que os campeões são eles, por jogarem num campo com este. E para mim qq jogador do ACPS é bom desde que honre a camisola e o emblema. E é por esse motivo que troco as folgas em família por 90 minutos ao frio, à chuva, ao sol para assistir aos jogos das nossas equipas, principalmente das jovens.
Todos os comentários são bem vindos. Não encares as minhas 'crónicas' como críticas de bota-abaixo. São apenas descrições do que vi, com a experiência de adepto que vou tendo, nada mais. Nunca joguei futebol, por isso não sei o que é um balneário, o que são os treinos, o que são as tácticas. Apenas gosto de bola, gosto do meu clube e tento com estas 'crónicas' ajudar à divulgação do clube, dos jogadores e também dar o meu contributo para o crescimento das equipas.
Abç e continuem a trabalhar como até aqui, a formar homens.